sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O CARLOS era um dos meus amigos. Foi meu chefe de Redacção na Informação 2, quando dirigi a Informação do Segundo Canal autónomo da RTP, presidido pelo Fernando Lopes e que a AD desmantelou logo que chegou ao poder.

O Carlos foi um excelente jornalista, que eu conhecera no "velho" Diário de Notícias quando os jornais costumavam ter jornalistas de prestígio nas suas redacções.

Quando contribuí com alguns programas para a RTP, o Carlos era o melhor Director de Programas que a RTP tivera. Também no tempo em que havia directores de programas que conheciam a etimologia da palavra qualidade e o significado de Serviço Público, o Carlos foi o melhor director de programas duma estação de TV portuguesa, emparceirando com o Miguel Araújo e o Moniz.

Fiel à sua cultura, à sua experiência e ao seu gosto, criou um programa diário único no panorama do audiovisual português. Produzia-o, editava-o e apresentava-o com paixão quando este regime fez a filha de putice de o varrer prematuramente da RTP.

Visitei-o mais tarde na sua casa de Évora, por mais de uma vez. Vi-o ser condecorado e considerado pelo Governo Francês. Coincidimos em Nova York profissionalmente e divertimo-nos muito nos intervalos. E nunca deixámos de rir e de gostar das coisas que fazíamos, empurrados pela vida.

Carlos, o que te aconteceu agora, todos temos garantido. Não esperamos é por tal coisa tão cedo, Meu malandro, sempre cheio de pressas! Acontece...

domingo, 21 de novembro de 2010

Um sono diplomático

O PERSONAGEM que dorme profundamente, durante uma cerimónia oficial, é o excelentíssimo Embaixador de Portugal em Timor. Quem aproveita a ocasião para tirar uma fotografia é o Presidente da República, Ramos-Horta.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Têm aí um discurso para ele ler?!

CONFESSEM que têm todas as razões para terem saudades de Mário Lino à frente das Obras Públicas. Falava bem Francês, é engenheiro de verdade, mudou da Ota para Alcochete como quem muda de camisa, soltou o apaixonante “jamé” (jamais) quando recusou o futuro aeroporto no deserto da margem sul. E foi sempre original!

Este ministro de agora supõe-se que seja engenheiro, tem um nome fácil de esquecer – Monteiro, ou Nogueira, salvo erro – e há-de ir-se embora sem ninguém dar por isso, sem TGV nem aeroporto. Mas o seu anonimato é uma injustiça depois do que fez hoje: conseguiu ler o discurso que o seu secretário de Estado já tinha pronunciado na mesma cerimónia duma reunião qualquer.

Confessem que para engenheiro, político e autor da confusão das SCUTs, que pôs a Espanha a rir e deixou turistas com carros de aluguer a jurar que a Portugal não voltam, o cavalheiro não está nada mal. São habilidades destas que os fazem dar nas vistas e ficar no mapa. Podem ser facilmente encontrados pelo GPS nos caminhos da incompetência e da pouca vergonha.

Enquanto este governo durar, estes ministros podiam ler sempre o mesmo discurso. E podia ser este das Obras Públicas. Ou acham que alguém ouve o que eles dizem?!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A abada do Villas Boas

JÁ NÃO VIA o meu Benfica ser humilhado, como aconteceu no Estádio do Dragão, desde os 4-1 com o Liverpool em Anfield Road, na Liga Europa da época passada.

Duas derrotas vergonhosas e desnecessárias a juntar a outras que se podiam evitar como, por exemplo, a última de Lyon. Derrotas que não podem acontecer quando se tem uma história onde estas coisas só aconteceram quando não puderam deixar de acontecer.

Mas, aparentemente, estas derrotas foram porque a equipa técnica não estuda os adversários, não os vê jogar (só quem nunca viu o Porto pode dizer que Hulk esteve inspirado) ou julga que ainda se resolvem as partidas com a facilidade dum truque.

Dantes, era assim. Mas nunca à custa da desconstrução da equipa nem a deixar no banco jogadores como Saviola, entre outros.

Por isso, para salvar a honra do convento, deixem-me dizer que, desta vez no Porto, tal como em Liverpool, não foi o Benfica que perdeu. Nem atirem culpas para o Coentrão ou David Luiz.
Num caso e noutro, foi o Jesus que levou uma abada do Rafa Benitez e do Villas Boas. O Jesus anda a aprender que já não se ganham jogos a tirar coelhos da cartola. O problema é ser à custa do glorioso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Cuide do seu psicólogo

DEVEM ter presente na memória aquela história dos nossos jornais que, por estes dias, contavam como um psicólogo português, de 36 anos, matara a sua namorada, também psicóloga, com 37 facadas.

Tiro o meu chapéu aos psicólogos do Chile, por exemplo, que além de não andarem pelas TVs a falar de quecas gostosas, nem a fingir-se de esquerda ou a contribuir para uma péssima educação das criancinhas, tiveram a extrema utilidade de ajudar 33 desgraçados a sobreviverem soterrados a 700 metros de profundidade, mais os familiares destes. Foi bonito o mundo inteiro verificar a ligação criada pelos psicólogos com os “seus” mineiros e familiares respectivos.

Mas as coisas estão mal para os psicólogos. Nem a auto-ajuda os safa.

Choi Yahon-Hee, autora de mais de 20 livros de auto ajuda, enforcou-se com o marido num quarto de hotel, deixando milhares de órfãos psicológicos espalhados pela Coreia e restante Oriente.

Michael Lane, um verdadeiro guru nos Estados Unidos, que apalpava a carótida da paciente Ginger Candela, resolveu estrangulá-la com um fio eléctrico, desmembrá-la e cortá-la aos bocadinhos antes de atirar as vísceras para o lixo.

.James Ray, outro artista americano da auto-ajuda, matou três pacientes numa sessão de terapia de grupo, no interior duma cabina de sauna.

Se for a uma consulta, veja bem com quem se mete. Cuide do seu psicólogo!

domingo, 31 de outubro de 2010

Então é assim?!

UNS AMIGOS meus ingleses, que vivem entre nós cheios de perplexidades, telefonaram-me para saber se perceberam bem o Teixeira dos Santos, ministro das Finanças e contabilista habilidoso, a falar na TV depois de anunciado o acordo do orçamento.

- Então, o gajo diz que agora tem de haver ajustamentos?! Em Portugal, depois de duas partes chegarem a um acordo, não fica tudo como concordaram? Então como teve de abrir as pernas, este agora diz que vai ter de os apanhar na curva de outra maneira?! Percebemos mal?!

Não, os meus amigos ingleses tinham percebido bem. Tão bem que em França, o Sarkozy, com a sua xenofobia recente, o poderia expulsar, tomando-o por cigano, logo apetitosa vítima de injustos preconceitos raciais!

Lá tive de explicar aos meus amigos ingleses que, em Portugal, há políticos deste Governo assim. Não tem nada a ver com seriedade e muito menos com a palavra dada. São mesmo assim. Por isso é que há cada vez mais portugueses a desejarem o FMI. Eu, depois de me levarem o couro e o cabelo, tanto me faz. Venham os que forem menos aldrabões!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

VIVA O FMI!

NOS ANOS da ressaca do 25 de Abril, esteve cá o FMI e ficou até hoje, pelo menos numa canção do Zé Mário Branco e na recordação das pernas bem torneadas duma senhora de apelido arménio que por cá andou.

A senhora pôs-nos a pão e laranja para não escorrermos pelo esgoto em que os nossos políticos da época nos meteram e em que o Sócrates e “sus muchachos” nos despejaram agora.

Bem escusávamos de ter sacrificado a nossa juventude se soubéssemos que na nossa velhice vinha outra corja dar cabo do resto.

É bem feito, para nunca nos esquecermos de que há sempre sequelas. Até houve quem escrevesse “O Filho do Conde de Montecristo”… E esta cambada está lá porque votaram neles, a populaça que não se queixe!

Só ouço queixumes por vir aí o FMI. Não percebo! Deixem vir os homens, que são sérios e competentes! Se até pode vir um árbitro espanhol apitar o Porto-Benfica, que soberania é que nos resta para a gente perder mais, por vir o FMI acabar com o regabofe dos “boys” do Largo do Rato, filhos dos cavalheiros da Rua da Emenda? O FMI que venha e faça o favor de meter a piolheira na ordem!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ora Viva!

ENTÃO AQUI estou eu, neste novo blogue, onde faço questão de reaparecer e regressar ao vosso convívio, para o bem e para o mal, para além de continuar a poder ser visitado no "Sorumbático", no "Arroz Doce" e no "Histórias de chorar por mais".
Mas esses são blogues sérios, de bom gosto, bem frequentados e recomendáveis, tudo o contrário deste, com o qual, uma vez por outra, tenciono pousar naquilo que esteja bem e mal, como as moscas varejeiras, propriamente ditas!
Quero eu dizer com isto que até agora sempre ouvimos dizer que "só as moscas é que mudam!". Pois neste caso, nem isso: serei sempre a vossa mosca pousando, sobretudo, naquilo em que devo e também onde não devo, mas sempre pronto a denunciar o que está mal e a aplaudir o que está bem!

A mosca é chata?! É, sim senhor, mas duma maneira ou de outra não se vão livrar deste insecto repelente! Aguentem, apreciem e muito obrigado por terem aqui chegado. Fico à espera das vossas reacções e sejam bem-vindos.